Lição 13 - Princípios Gramaticais de Interpretação Bíblica – Regra 4

05/09/2013 19:21

Regra 4

Quando um objeto inanimado é usado para descrever um ser vivo,

a proposição[1] pode ser considerada figurada.

            Oriento os irmãos a terem muita atenção nesta lição! Ela é uma lição menor, mas exigirá concentração para ser entendida. Não podemos perder oportunidades de aprendizado como esta que temos neste momento, assim sendo, ela merece ser lida pelo ao menos mais 2 vezes mais amém? Siga essa dica e reserve esse momento para Deus.

            Defesa da fé não é fácil! rsrsrs

Atenção a esta afirmativa:

            O texto bíblico pode e requer interpretação figurada não só quando fala de um objeto inanimado para descrever um ser vivo, mas também quando uma expressão não caracteriza a coisa descrita.

(Se necessário leia novamente buscando entender com precisão)           

Fatos a considerar

            As grandes passagens “Eu sou”, no Evangelho de João, ilustram a regra onde os objetos inanimados são usados para descrever um ser vivo. Ali encontramos Jesus dizendo:

            - Eu sou o Pão da vida (João 6:35);

            - Eu sou a luz do mundo (João 8:12);

            - Eu sou a porta (João 10:9);

            - Eu sou o caminho (João 14:6) e;

            - Eu sou a videira (João 15:1).

            É evidente que nenhum cristão e cuidadoso estudante da Bíblia, chegaria às raias do absurdo, a ponto de acreditar que os substantivos “pão”, “luz”, “porta”, “caminho” e “videira” tenham relação literal e não figurada com a pessoa de Jesus Cristo.

Outros exemplos

            Muitos outros exemplos do uso de objetos inanimados para descrever um ser vivo, dando conotação figurada à linguagem bíblica são encontrados ao longo do Texto Sagrado. Alguns deles são:

            1 – O salmista escreve: “O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro do Líbano” (Salmos 92:12). A pessoa justa é comparada com árvores, como seja: a palmeira e o cedro. Para melhor entender o significado da declaração salmista, torna-se imprescindível compreender as características que envolvem o crescimento dessas árvores.

            2 – Davi dá outro exemplo na sua famosa oração: “purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve” (Salmos 51:7). Para compreender o serviço do hissopo[2] no processo de purificação, torna-se imprescindível conhecê-lo à luz do seu uso ritual do culto levítico no Antigo Testamento.

            3 – Os dois principais elementos do cerimonial da Santa Ceia do Senhor, o pão e o vinho (Mateus 26:26-28) nos oferecem um singular exemplo de objeto inanimado usados para descrever um ser vivo. O pão e o cálice referente ao corpo e o sangue de Jesus devem ser tomados figurada ou literalmente? A Igreja Católico-Romana os interpreta literalmente. A maioria das igrejas de confissão evangélica, pelo contrário, interpreta-os como figuras ou símbolos.

Conclusão

            Para concluirmos esse princípio, decidimos citar Bernhard Ramm – Prostestant Biblical Interpretation, citado por Henrichsen em Princípios de Interpretação da Bíblia – pág.: 49.

Aproveitem a leitura com bastante atenção a fim de chegar ao núcleo da idéia desta regra.

            “Para Deus falar conosco, precisa usar figuras e imagens humanas a fim de comunicar a verdade divina. Em nenhum outro lugar isso é tão evidente como no tabernáculo do Antigo Testamento e nas parábolas no Novo. Nas duas situações há um versículo (o terreno, humano) que leva a compreensão da verdade espiritual. A nossa compreensão do mundo espiritual é analógico[3]. O fato da onipotência de Deus é dito em termos de braço direito porque entre os homens o braço direito é o mais forte dos dois, e com ele se vibram os golpes mais decididos. Fala-se da preeminência em termos de assentar-se à destra de Deus porque nas situações sociais da terra esse é o lugar de honra. O juízo é descrito em termos de fogo porque a dor causada por queimadura é a mais intensa que se conhece em nossa experiência mais geral, e o bicho que rói é um símbolo daquilo que é moroso, persistente, sem dó e doloroso. Semelhantemente, as glórias do céu são mencionadas nos termos da experiência humana – custosas estruturas de ouro, prata, jóias, ausência de lágrimas, ausência de morte, a árvore da vida, etc. Quanto às descrições do céu e do inferno se são literais ou simbólicas; elas são reais, por exemplo, seja no caso de fogo literal, seja no caso de sofrimento espiritual do qual o fogo é o símbolo mais próximo”.

            Vamos dar mais uma lida na lição? Lembre-se que precisamos transformar nosso conhecimento em comportamento. Agindo assim, não precisaremos nos enfadar e nos estressar para lembrar o que foi aprendido. Por outro lado medite em Mateus 10:19 e que Deus os abençoe poderosamente...

Fique na paz e até a próxima se assim o Senhor Jesus nos permitir!

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[1] Proposição: Ato de propor, que propõe, proposta

[2] Hissopo: Esta palavra foi adotada do hebreu. O hissopo é , provavelmente, a manjerona, um pequeno arbusto que tem altura de cerca de 45 centímetros, com hastes direitas, delgadas e providas de folha, possuindo além disso grandes flores. Tem um aroma picante, e nasce em muitos lugares, mesmo nos muros (1 Reis 4:33). (Êxodo 12:22;Levítico 14:4; João 19:29 e Hebreus 9:19) Com as hastes da manjerona (e muito mais da alcaparra) são muito mais flexíveis, tem-se julgado também que em João 19:29 está empregada a palavra “hissopo” por “hissos”, a lança curta dos romanos.

[3] Ponto de semelhança entre coisas diferentes.

 

Sejam todos abençoados no Nome de Jesus!

*Leiam, meditem e guardem o que diz a palavra de Deus em:

1 João 4:20-21